1960 RESULTADO DE 7 a 4, PARTIDA DE FUTEBOL PARA NÃO SE ESQUECER
Numa demonstração impressionante de fibra, de “raça” e de moral, o Catanduva E.C. colheu o seu mais espetacular triunfo dentro do “Torneio dos Campeões” quando, após estar sendo derrotado por 4 a 3 pelo Batatais F. C., empreendeu uma sensacional reação, chegando ao final da partida, a notável goleada de 7 a 4 sobre o “Fantasma da Mogiana”
De fato, os craques do “Expressinho”, após adentrarem no dia 14.02.1960 a cancha do Estádio “Sílvio Salles” da Rua Amazonas, estavam moralmente desacreditados por sua torcida em razão dos últimos reveses, razão pela qual lutaram com todas as suas forças, tendo pela frente um adversário bem preparado física e taticamente, que procurou de todas as maneiras um resultado auspicioso, pois que, com isso continuaria a lutar com amplas possibilidades de chegar ao título do certame. Procurando tirar a má impressão das últimas jornadas, os Catanduvenses iniciaram o prélio com muito ímpeto, buscando liquidar a sorte da partida logo de início, conseguindo, logo aos 4 minutos abrir a contagem, através de uma belíssima jogada do ponteiro Paulinho, complementando com êxito uma tabelinha com Dozinho. Os visitantes não se intimidaram com o tento inicial, foram ao poucos equilibrando as ações e bem orientados, exploraram as falhas da defensiva do Expressinho marcando o Batatais aos 23 minutos, o tento de empate. Com o equilíbrio das ações, tivemos uma partida bastante movimentada. Aos 29 minutos, o zagueiro central Adilson cometeu pênalti em Dozinho, que Washington converteu. O Batatais voltou decididamente ao ataque e empatou o jogo através do meia Lizotti. Finalmente aos 39 minutos, Sula do Batatais, cometeu pênalti que foi convertido por Washington terminando o primeiro tempo em 3 a 2 para o Expressinho. No intervalo, circulou comentários de que o jogo seria amolecido pelos jogadores Catanduvenses o que causou revolta na torcida e nos nossos jogadores. No segundo tempo, após assédio constante ao goleiro Basílio, aos 20 minutos ocorreu uma boa jogada de Agenor pela esquerda e Ponce fez um gol de cabeça empatando o jogo. Empolgados, os jogadores do Batatais voltaram ao ataque e numa infelicidade do meia Gaúcho que cometeu um pênalti, convertido pelo Batatais e que passou a ganhar por 4 a 3. Jamais, poderia prever o mais otimista dos torcedores que viesse acontecer uma reviravolta como a que se deu nos minutos finais do embate. Os jogadores do Catanduva feridos em seus brios, sob apupos de alguns torcedores motivadas pelas conversas do intervalo, reuniram todas as forças e partiram decisivos para o ataque, empreendendo uma reação simplesmente espetacular. Em apenas 10 minutos, passaram de vencidos a goleadores, marcando nada menos de 4 tentos levando o resultado para 7 a 4 a nosso favor. Após o final do jogo, torcedores do alvirrubro não podendo conter as suas emoções adentraram ao campo para abraçar os jogadores Catanduvenses (eu estava no jogo). Em síntese, foi uma vitória de gala dos craques do Expressinho. Venceram não apenas um adversário difícil e aguerrido que foi o Batatais F. C., mas a ira e os apupos do torcida, mostrando fibra e dedicação na defesa das nossas cores. Os tentos: Dozinho (3), Washington (2), Paulinho e Alípio foram os autores dos tentos da vitória do “Expressinho” e Lizotti (2), Ponce e Esnel, assinalaram os tentos do “Fantasma da Mogiana”. Os quadros, Catanduva E. C. com Basílio, Braido e Can-Can; Cássio, Cativeiro e Luiz: Paulinho, Washington, Dozinho, Gaúcho e Alípio. Batatais: Adauto, Sula e Adilson: Esnel, Veríssimo e Camilo; Zé Mauro, Lizotti, Ponce, Canhotinho e Agenor.
Reportagem de José Lino Gonçalves e pesquisa de Nelson Bassanetti no Jornal “A Cidade” de 16.02.1960 – Arquivo Museu Padre Albino
Essa foto é do time do Catanduva Esporte Clube e é de novembro de 1959, três meses antes do jogo com o Batatais e foi tirado no Estádio do Pacaembu em São Paulo Estão de pé e da esquerda para a direita: Diney, Basílio, Cativeiro, Luiz Valente, Cássio, Can Can e o massagista Matheus. Agachados: Paulinho, Washington, Dozinho, Gaúcho e Alípio.