Jorge Amado em Catanduva
Pesquisa e texto de Nelson Bassanetti
Novelas como “Gabriela, cravo e canela” e “Tieta do agreste” e filmes como “Dona Flor e seus dois maridos” e “Tenda dos milagres” contribuíram para fixar os personagens do maior escritor brasileiro no imaginário popular. Nesses seus trabalhos estão presentes os ingredientes ficcionais favoritos de Jorge Amado, a sensualidade baiana, a malemolência tropical, a atenção para o cheiro e os sabores locais, o carinho pelo povo pobre da Bahia, o horror, adocicado pela veia cômica, pela aristocracia e pelos donos do poder, são um traço permanente demonstrado em suas obras. Ele publicou seu primeiro romance, O País do Carnaval, em 1931. Em 1933, casou-se com Matilde Garcia Rosa, desquitando em 1944. Em 1945, conheceu Zélia Gatai, com a qual casou e viveu dali para frente. Em 1935, cursou direito no Rio de Janeiro e em 1945 se engajou na política pelo Partido Comunista Brasileiro e foi o deputado federal mais votado de São Paulo, participando em 1946, da Assembléia Constituinte. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941/1942), em Paris (1948/1950), e em Praga (1951/1952). Foi eleito, em 06.04.1961, para a cadeira de número 23, da Academia Brasileira de Letras, que tem por patrono José de Alencar e por primeiro ocupante Machado de Assis. Doutor Honoris causa por diversas universidades, suas obras são publicadas em 52 países e traduzidas para 48 idiomas e dialetos e seus livros foram adaptados para o cinema, o teatro, o rádio e a televisão. Dentre suas obras destacamos: Terras do sem fim, Tenda dos milagres, Bahia de todos os santos, Gabriela, cravo e canela, Dona flor e seus dois maridos, Teresa Batista, cansada de guerra e Tieta do agreste Sobre o Comunismo Jorge Amado se desvencilhou. acreditava em Stálin que matou milhões para ficar no poder e, por isso, foi perseguido pelos antigos colegas de partido. (tem vídeo na internet nesss sentido)
Em Catanduva
Em 31.05.1944, convidado que foi pelos diretórios acadêmicos do Ginásio Catanduva e Ginásio do Estado, Jorge Amado, veio a Catanduva, acompanhado de sua esposa Matilde Garcia Rosa. Às 8,45 horas daquele dia, foi festivamente recepcionado na Estação de Trem e às 10,00 horas no Salão Nobre da Escola Normal e Colégio Estadual, pronunciou uma palestra falando aos estudantes sobre Castro Alves, autor de Navio Negreiro, que foi o Poeta dos Escravos, do Povo e da Liberdade, falecido aos 24 anos em 1871. À noite, perante seleto auditório no Clube Sete de Setembro falou sobre o tema “Literatura Hispano-Americana”. A mesa foi presidida pelo estudante Aderval Demenato e participaram o prefeito municipal, Sr. Sílvio Salles, o professor Carlos Corrêa Mascaro, diretor do Colégio Estadual, o Professor Raymundo Rodrigues Martins e o jornalista Nair de Freitas, do Jornal “A Cidade”. Ele falou da Independência que norteou a literatura Brasileira que se libertou rapidamente de Portugal, criando identidade própria, enquanto que as literaturas dos países de fala Espanhola continuaram presas e influenciadas pela Espanha e demonstrou enorme saber ao enumerar todos os homens de letras do continente. Deve-se louvar e lembrar nesse momento, o trabalho que desenvolviam naquela época os Diretórios Estudantis das Escolas Catanduvenses, no caso, o GIFA, do Ginásio Catanduva e o GERB, do Ginásio do Estado, que movimentavam culturalmente a nossa cidade, naquela época com 18.000 habitantes, com a presença de exponenciais figuras do contexto nacional. Pesquisa no “Jornal A Cidade” – Arquivo Museu Padre Albino