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Artigos - 02/09/2012

A história do cinema e nossos cinemas

Nelson Bassanetti

 Hoje, o cenário já está pronto: basta comprar um ingresso, entrar na sala de exibição, sentar-se numa confortável poltrona e assistir ao filme escolhido, em cores, com as pessoas falando ou cantando. Mas há 120 anos, o cinema sequer existia. Na realidade, sua história começa no ano de 1895, em Paris. Ali, os irmãos Auguste e Louis Lumière, mexendo num aparelho inventado pelo americano Thomas Alva Edison, criaram e patentearam o cinematógrafo que projetava imagens numa tela em branco e exibiam filminhos bem curtos e simples. Seguiu-se a produção de filmes feitos de um tamanho padrão, pois desta maneira um filme feito num país podia ser exibido em outro e, como era mudo, não havia o problema de diferença de idiomas, era só trocar a legenda. Nos Estados Unidos, em 1905, criaram-se os (nickelodeons), primeiros cinemas públicos, freqüentados em sua maioria por trabalhadores e imigrantes, que não sabiam ler ou escrever. O surgimento do cinema fez forjar uma cidade inteiramente dedicada à produção de filmes, quem queria fazer cinema seguia para Hollywood, Califórnia, nos Estados Unidos. O desenvolvimento dos grandes estúdios proporcionou o surgimento do “Star system”, o sistema de fabricação de estrelas que encantam as platéias como Mary Pickford, a “noivinha da América”, Tom Mix e Rodolfo Valentino, o primeiro grande ídolo romântico, o latin lover, amante latino, que morreu prematuramente em 1926, com 31 anos. De seu enterro participaram 200.000 pessoas, numa verdadeira manifestação de histeria coletiva. Como nos Estados Unidos não existe realeza, os astros de cinema assumiram esse papel na sociedade, como modelos de comportamento, moda, beleza, perfeição. e criou-se uma mitologia em que esses atores famosos viviam numa espécie de Olimpo, como semideuses, diferente dos meros mortais. O cinema passou a ser considerado a sétima arte, tomando seu lugar ao lado da Arquitetura, Dança, Literatura, Teatro, Música e Pintura e ele foi considerado uma arte depois do reconhecimento, inclusive dos intelectuais das obras de Charles Chaplin, quando seu personagem Carlitos, o vagabundo com bengala, chapéu coco e calças largas, conseguiu sucesso mundial. Entre seus principais filmes estão: O Garoto (1921), Em busca do Ouro (1925), Luzes da Cidade (1931), Tempos Modernos (1936), O Grande Ditador (1940), Luzes da Ribalta (1952) e também criou canções imortais como “La Violetera”, ”Smile” e “Limelight”.

CENTRAL CINEMA

Em 1912, quando Catanduva ainda se chamava Vila Adolfo, tivemos um “Central Cinema”, que se localizava na Rua Brasil, local do atual prédio do Banespa, hoje Santander,  cujo proprietário era o Sr. João Spanazzi (foto abaixo). Depois em 15.06.1918, foi inaugurado o “Ideal Cinema e Bar” (foto abaixo com o pessoal aguardando na fila), depois voltando para “Central Cinema”, que funcionou até 31.08.1949, no começo da Rua Brasil, defronte a Estação da Estrada de Ferro, (atual Center Car), cinema moderno, com frisas (camarote) com um piano ao lado da tela e uma orquestra que fazia a trilha sonora dos filmes que ainda eram mudos e que era regida pelo professor italiano Alexandre La Terza. Passaram pelo cinema os Srs. Manoel Marques Camarinho, Mariano Ninno e Ângelo Coltro e em 1926 ele foi adquirido pela firma Brandão & Pellegrino, oriundos de São Carlos que faziam exibir naquele ano o filme “O Fantasma da Ópera”, romance de versão muda, sendo o filme mais importante daqueles tempos. Depois, em 1946, ele teve nova versão, agora falada e colorida e seu histórico se passa dentro do “Teatro Ópera de Paris” mostrando paixões arrojadas, ciúme violento, amor obsessivo, lindas músicas e um fantasma assombrando a todos, ocasionando momentos de emoção, magia e suspense. Pesquisa Jornal “A Cidade”, Arquivo Museu Padre Albino

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