1950 - GETÚLIO VARGAS EM CATANDUVA
O gaúcho Getúlio Dornelles Vargas, foi quem governou o Brasil por mais tempo, cerca de 20 anos, entre os anos de 1930 e 1945 e de 1951 a 1954. Suicidou-se com um tiro no coração, no dia 24 de agosto de 1954, em seu quarto, no Palácio do Catete, sede do governo, na cidade do Rio de Janeiro. Embora tenha sido um ditador e governado com medidas controladoras e populistas, Vargas foi um presidente que investiu muito na área de infra-estrutura do parque industrial brasileiro, criou a Companhia Siderúrgica Nacional, a Vale do Rio Doce e a Petrobrás, tomou medidas favoráveis aos trabalhadores, criando a Justiça do Trabalho (1939), o Salário Mínimo, a CLT e os direitos trabalhistas, com a carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas. Sua política econômica gerou empregos no Brasil e a legislação trabalhista favoreceu o trabalhador brasileiro. Em Catanduva em 13.09.1950 Quando aqui veio, Getúlio Vargas era senador e estava em campanha política para voltar a ser Presidente do Brasil. Chegou acompanhado do governador Adhemar de Barros e de Lucas Nogueira Garcez, Erlindo Salzano e Cezar Lacerda de Vergueiro, candidatos, respectivamente, a Governador e Vice-Governador de São Paulo e a Senador por São Paulo. Mesmo sendo numa quarta feira e de dia, incalculável multidão se concentrou na Praça 9 de julho e imediações aguardando a chegada dos visitantes Após o desembarque no Aeroporto da Estrada de Catiguá, fazenda do Sr. Belmiro Lopes, organizou-se extenso cortejo de automóveis, indo à frente em carro aberto as autoridades que eram aclamadas quando de sua passagem. Ao chegar à altura da Rua Alagoas, teve início o espocar de fogos num matraquear contínuo, até a chegada ao palanque. Foi uma recepção estrondosa, à qual se reuniu o entusiasmo popular, que se aproximou por vezes ao delírio. A vibração culminou quando esses candidatos surgiram no palanque, acenando as mãos para a multidão e, por alguns minutos, as aclamações encheram os ares, braços levantados, lenços e chapéus acenando. Serenadas as manifestações, falou o Sr. Antonio Stocco saudando o Senador Getúlio Vargas e sua comitiva. O orador seguinte foi o Dr. Daniel Galli Netto, que falou em nome do Partido Trabalhista Brasileiro. Então, anunciou-se o discurso do Senador Getúlio Vargas e voltou a multidão a dar largas ao entusiasmo, prorrompendo em ruidosas aclamações. A custo pôde ele iniciar seu discurso em que mencionou seu antigo desejo de visitar Catanduva, cidade que conhecia de nome há anos, tecendo elogios a nossa vitalidade econômica. Falou depois da sua candidatura, que era de protesto, pela vontade e pela exigência do povo e que, se eleito, precisaria ter Garcez no Governo de São Paulo, recomendando o sufrágio dos votos à corrente populista. A seguir, falou o Governador Adhemar de Barros, saudando os catanduvenses, dizendo que a vitória desses candidatos seria a reposição de São Paulo ao seu lugar e que aqui retornaria acompanhando a sua esposa Dona Leonor Mendes de Barros, o que de fato ocorreu em 18.09.1950. Naquele ano Getúlio foi eleito Presidente do Brasil e a votação em Catanduva foi: Getúlio 3.385; Eduardo Gomes 2.069 e Cristiano Machado 964. Lucas Nogueira Garcez foi eleito governador de São Paulo e aqui ganhou Hugo Borghi com 2.761 votos, tendo Garcez 2.383 e Prestes Maia 1.317. Pesquisa na revista “O Século” de Mozart da Costa Nunes – Arquivo Museu “Padre Albino”