Igreja Matriz de São Domingos (7 fotos)
Nelson Bassanetti
Padre Albino chegou à Catanduva em 28.04.1918, 14 dias depois que a cidade foi emancipada, tinha 36 anos, nasceu em 1882, na província de Minho em Portugal A primeira grande empreitada do novo pároco foi a construção da Igreja Matriz em substituição à ermida erguida em 1893, pequena para a comunidade nascente onde cabiam 60 pessoas, na Praça da Igreja, hoje, Praça Monsenhor Albino, numa demonstração pública de reconhecimento de toda a população ao trabalho incansável do saudoso sacerdote. Em 1918, Catanduva tinha 200 casas e 600 moradores e era anseio da comunidade a construção e uma Igreja maior. Á área do quarteirão da Igreja foi doada pelo Sr. João Augusto Marrar e sua esposa Maria Chaddad Marrar.
A nova Igreja teve a sua pedra fundamental lançada solenemente em 22 de junho de 1919, obedecendo à risca na sua construção, a planta do engenheiro (Jorge) Krug, projetada no estilo “Romano modernizado” e deixada pelo Padre Maurício Caputto e aprovada pelo então Bispo Diocesano D. José Marcondes Homem de Mello, de São Carlos, à cuja diocese pertencia a nossa paróquia.
Foi edificado em alicerces de pedras provindas de Taquaritinga, em gôndolas da Estrada de Ferro, o madeiramento foi doado pelo Sr. Coronel Joaquim Delphino Ribeiro da Silva e seu filho José Octaviano Ribeiro Sobrinho, O relógio teve a doação de Cel. José Pedro da Mortta e do Sr. Joao Augusto Marrar. O Sr. José Sartoris ofereceu a porta principal, o Dr. Pedro Neves da Silva, o altar com a imagem de São Domingos. O para-raios pelo Sr. José Guzzo. O assentamento de tijolos foi procedido por Emílio Mori, Antônio Batistini, João Falarini, Gustavo Allhem, Luiz Maria e José Rodrigues Martins. O reboco total, a cargo de Francisco Bilia. O serviço de madeiramento pelos mestres carpinteiros Nakamura e Iada, Foi o Dr. Raymundo Cândido Mergulhão Lobo, o Primeiro Juiz de Direito de Catanduva, que convidou o pintor Benedicto Calixto, para pintar o interior da Igreja, artista já consagrado, por ter executado trabalhos nas igrejas de Santa Cecília de N. Sra. da Conceição, na capital do Estado. Contratados os serviços, as telas foram por ele pintadas e colocadas nos devidos lugares, como se fossem murais ou afrescos, pelo artista plástico Arnaldo Colucci e os filhos menores de 16 e 18 anos, Destoi e Arquimedes, indicado por Calixto e que fizeram o restante das pinturas e interiores... As dimensões do Templo: Paredes tem 0.80 de espessura, 40 metros de comprimento, 20 metros de largura e 45 metros de altura.na extremidade de sua torre.
As pinturas formam um conjunto de excepcional qualidade artística que, complementado pela decoração mural, rica em relevos e ornatos, dá ao templo um todo magnífico, valorizando esse patrimônio histórico. Para quem quiser visitar este acervo, ao entrar pela porta principal da Igreja Matriz, verá no alto e nas laterais da Igreja as seguintes telas: Iniciando pelo lado esquerdo, no batistério, São João Batista batizando Jesus, depois os profetas Elias e Ezequiel e os Santos apóstolos Pedro, André, Tiago Maior, João, Felipe e Bartolomeu. Pelo lado direito os Evangelistas Lucas e Marcos e os Santos apóstolos Matias, Simão, Judas Tadeu,Tiago Menor, Mateus e Tomé. No alto e centro da Igreja está São Domingos de Gusmão, nosso padroeiro, recebendo o rosário de Nossa Senhora. E, para completar essas relíquias que permitiu a nossa Igreja Matriz integrar, deste 1965, o roteiro turístico do Estado de São Paulo, o autorretrato de Benedito Calixto, oferecido pelo embaixador Dr. José Carlos de Macedo Soares.
Pesquisa no livro do Monsenhor Victor Rodrigues de Assis e de várias fontes existentes no Museu “Padre Albino”. Fotos do acervo de Nelson Bassanetti.