RETROSPECTIVA DO ANO DE 1931 TEM O FILME O ANJO AZUL
Nelson Bassanetti
Foram os seguintes os eventos que marcaram o ano de 1931: A visita do Interventor Federal de São Paulo, Coronel João Alberto, nomeado durante o governo provisório de Getúlio Vargas. Aqui o Interventor chegou em trem especial, acompanhado pelo Dr. Navarro de Andrade, Secretário da Agricultura; Dr. Barros Barreto, Diretor da Saúde Pública; Coronel Orozimbo Maia, prefeito municipal de Campinas e os Capitães Bento Seidl, Orlando Leite Ribeiro, A. Lewy Cardoso e Uchoa Cavalcante. Foram recepcionados na Estação da Estrada de Ferro pelo prefeito municipal Dr. Francisco Araújo Pinto e na presença do bispo de Rio Preto, Dom Lafayette Libânio, Banda João Pessoa, Tiro de Guerra nº 183, outras autoridades e cerca de 3.000 pessoas. Foi executado o Hino Nacional e em seguida ele visitou o prédio do Liceu Rio Branco (atual Fatec), Hospital Padre Albino, hospedando-se no Hotel Acácio, onde, à noite, lhe ofereceram um jantar, com a presença de autoridades de Catanduva e região. Logo após participou de baile em sua homenagem no Catanduva Clube, e na manhã seguinte seguiu para São José do Rio Preto. Possuíamos naquela ocasião os seguintes Clubes: Catanduva Clube, 7 de Setembro, Clube de Tênis, Centro Espanhol, Sociedade Italiana, Operário Futebol Clube, além da Associação Comercial e Associação dos Empregados, que desenvolviam atividades esportivas e recreativas. Para animar os bailes, tínhamos 3 conjuntos de “Jazz Band”: Para - Todos, Tupynambá e Amateurs.
Os cinéfilos viram o filme “O Anjo Azul”, que marcou o nascimento do mito Marlene Dietrich, que trabalhando num cabaré, usando meias compridas, cinta larga, salto alto, encarnou uma “vamp”, sedutora e devoradora de homens, ficando seu admirador, que era professor, preso num conflito interior entre a razão (o colégio, a dignidade e a moral) e a emoção (paixão pela cortesã), e nessa luta entre o coração e o cérebro ele não é bem sucedido em amar sua esposa, nem em manter seu padrão social, passando a vivenciar humilhação, desespero e frustração, virando um esboço de ser humano.
O time de futebol daquela época era o Operário Futebol Clube que tinha sede na Rua Pernambuco, esquina com Rua Maranhão (local da antiga Sorveteria Cedal) com salão de festas e 2 campos de bocha e disputava seus jogos no campo da Rua Mato Grosso, sendo presidido pelo Dr. Souza Grota, foi dissolvido e em seu lugar surgiu a Associação Atlética Americana. Foi fundado o Commercial Futebol Clube, presidido por Pedro Pinotti. Tínhamos a Liga Catanduvense de Ping Pong, esporte praticado por todos e tivemos um jogo no Clube 7 de Setembro de Catanduva, que ganhou de 200 a 199 do Clube 27 de Outubro de Araraquara. Também praticávamos “jogos de patimbol” em 3 pistas de patinação: Rink Recreio, Éden Rink e Rink República, freqüentado pelos amantes dos patins.
Também foi inaugurado o prédio do Centro Espanhol, adequações do Catanduva Clube e a “Brasserie Catanduva” da Família Mortati, que vendia latarias, bebidas e outros produtos e que, para atrair fregueses, adquiriu um rádio que era uma novidade; usávamos gasolina e querosene de origem Russa e bebíamos cerveja da marca Righini, aqui fabricada pelo industrial Aurélio Righini. Possuíamos os seguintes jornais: A Cidade, Diário de Catanduva, Folha do Povo, A Comarca, O Arlequim e Pierrot. Trabalhavam na Santa Casa (Hospital Padre Albino), os médicos: Fadigas de Souza, Joaquim Fagundes, Rodopiano Nunes, José Záccaro, Nestor Bittencourt, Ângelo Ninno, Souza Grota, Ângulo Dias e José Rezende.
Pesquisa no Jornal “A Cidade” – Arquivo Museu Padre Albino