GUARDA NOTURNA DA COMARCA DE CATANDUVA (4 fotos)
Texto de Nelson Bassanetti
O Jornal “A Cidade” de 29 de janeiro de 1937, fez publicação do Regulamento da Guarda Noturna de Catanduva, elaborado pelo Dr. Francisco de Figueiredo Lyra, que era então Delegado de Polícia do Município e logo após em primeiro de setembro no edifício da Associação Comercial, formou-se sua diretoria. Já organizada, em dezembro daquele ano, objetivando a construção de sua sede própria, organizou-se um “Livro de Ouro” que recebeu as primeiras doações em réis, moeda da época: Ricardo Lunardelli 2:000$000; Rufino Benito, Irmãos Alonso, Calil Buazar e Basseto & Cia. Ltda; 1:000$000 cada um, Daniel Soubhia, Chafic Maluf e Iran Silva & Cia., 500$000, cada um. Em tijolos, foram feitos as seguintes doações: Gaspar Trazzi 115 mil; Ozório Louzada 15 mil. No dia 15.03.1939 inaugurou-se o bonito prédio de 3 andares, onde se gastou 100:000$000, cotizados entre a população da cidade, tendo havido às 17 horas a inauguração oficial e depois às 20 horas o banquete comemorativo na Casa D’Itália, Rua Alagoas, 32, servido pelo restaurante do Café da Esquina, com refinado cardápio com alguns termos alienígenas: “cocktail, creme de aspargos, mayonnaise au printemps, paulet chasseur, crevete au riz, peru champêtre. Au desser: Creme d’orange, pouding, café, cigarrete”. Usaram da palavra o Prefeito Municipal e Presidente da Guarda Noturna Sr. Alfredo Minervino, o brilhante causídico Dr. Antonio Christovam Fernandes Júnior, o Delegado de Polícia Dr. Francisco Figueiredo Lyra, o ex-prefeito Octávio Gouvêa, representando o Dr. Adhemar de Barros, interventor federal do Estado, o dr. Octacílio Lopes (renomado oftalmologista, agraciado no Rio de Janeiro em 1944, com o Prêmio Moura Brasil), o advogado Dr. Ítalo Záccaro e Carlos Machado do Jornal “O Corneta”. Abrilhantando as festividades, tivemos música pelo conjunto de jazz do Sr. Mozart de Abreu (pai do Sílvio de Abreu, autor de Belíssima, da Rede Globo). A Guarda Noturna foi estruturada pensando coletivamente, integrando Catanduva e cidades vizinhas, sendo comandada pelo Sargento Carlos Valino, o seu efetivo era de 33 elementos, sendo 13 destes em Catanduva e os demais distribuídos pelos seguintes municípios e distritos: 4 em Tabapuã, 4 em Pindorama, 3 em Ibirá, 2 em Novais, 2 em Ariranha e 1 em Palmares Paulista, Elisiário, Caputira, Catiguá e Jacaúna. Existia um serviço de fone-patrulha que conectava a sede com alguns pontos da cidade onde presumivelmente estavam os guardas e que era um sistema para se certificar da eficiência e controle dos serviços prestados. E com essa matéria fica comprovado que há 78 anos atrás a segurança já era uma necessidade e preocupação geral e vale registrar o penhor evidente da capacidade de trabalho e realização daquela Diretoria e dos nossos munícipes que se cotizaram para a construção de sua sede própria, cujo prédio situado à rua Amazonas, 161, hoje abrigam órgãos da Prefeitura Municipal de Catanduva.
Pesquisa Revista “Máxxi’s”, em artigo do professor Brasil Procópio de Oliveira e Jornal “A Cidade”, ambas do arquivo do Museu Padre Albino.