ARRELIA E CIRCO SEYSSEL EM CATANDUVA (3 fotos)
O nome do palhaço Arrelia é Waldemar Seyssel e ele pertence a uma família de tradição circense. O nome Arrelia foi lhe dado por um tio por sua travessura e ele já desde cedo gostava do cheiro de serragem do picadeiro e foi aprendendo de tudo: barras, trapézio, paralelas, trampolim e depois passou a fazer parte nas “pantomimas” do circo. Sua mãe fez questão que ele estudasse Direito e então Waldemar entrou na Faculdade de Direito São Francisco (Usp) e se formou advogado, mas nem por isso ele deixou de ser Arrelia. Morava sempre em casas alugadas e não debaixo da lona do circo. Faziam excursões por cidades interioranas e longas temporadas em São Paulo. No Largo da Pólvora, certa vez, o Circo ficou ali instalado por 11 anos. Em 1950, quando surgiu a TV Tupi, foi o primeiro palhaço a participar dos programas e depois, com o “Circo do Arrelia”, ficou 21 anos na TV Record. Exemplo de vida e arte, esse grande palhaço que nasceu em 31.12.1905 em Jaguariaíva no Paraná, faleceu em 23.05.2005, no Rio de Janeiro, com 99 anos de idade. Hoje, seus seguidores lutam para que os termos “palhaço e palhaçada”, seja exclusivo da categoria e não querem que o nome seja associado a falcatruas e corrupção e desejam que os novos palhaços mantenham a tradição e não caiam na tentação de vulgarizar a arte.
EM CATANDUVA “Como vai, como vai, como vai ?”
O Circo Seyssel, com a dupla Arrelia e Henrique fizeram história na cidade no tempo em que o circo era um espaço de prestígio. A trupe chegava por aqui e ficava por longo período, fabricavam gargalhadas e conquistaram a cidade com a graça e o bom humor, ambos centralizavam a atenção e valiam o espetáculo. No final da temporada faziam espetáculos beneficentes. No dia 08.05.1940, Arrelia foi homenageado pelo Guarani Futebol Clube de Catanduva. A sessão foi aberta pelo Dr. José Perri, que passou a palavra ao professor Gumercindo Saraiva de Campos, que falou da construção do Estádio e da ajuda dada por Arrelia ao empreendimento. Depois, o Dr. Ângulo Dias entregou-lhe uma medalha e o professor Geraldo Corrêa fez a leitura do texto do diploma e em seguida Waldemar Seyssel, pronunciou emocionado a brilhante oração de agradecimento. Já nos anos 70, ele falou em entrevista a um canal de televisão que a frase “Como vai, como vai, como vai ?”, foi criada em Catanduva, pois, quando aqui chegava, um Juiz de Direito o recepcionava dessa forma e ele respondia: “Muito bem, muito bem, muito bem !”, daí surgindo o bordão, que faz parte do folclore nacional.
Pesquisa “Pró-TV” e Jornal “A Cidade” – Arquivo Museu Padre Albino