VILA CONSOLA E ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO A MATO GROSSO
1910- Fotografia histórica de Catanduva, quando ainda se chamava Cerradinho. Aqui vemos uma procissão subindo a Rua Brasil, altura do Café da Esquina. Notamos ao fundo a Estação da Estrada de Ferro e o coqueiral onde foi feito o loteamento “Vila Consola”
Nelson Bassanetti
O primeiro loteamento de Catanduva nos tempos de Vila Adolfo deu-se no chamado Higienópolis. O loteamento tinha o nome de “Vila Consola”, em homenagem a Senhora Consola Celli, esposa do loteador Pedro Celli, que residiu por muitos anos em uma casa na esquina da Rua Rio Grande do Sul com a Goiás de quem sobe do lado esquerdo. Esse loteamento compreendia o espaço entre a Rua São Paulo e Mato Grosso e Santa Catarina e Espírito Santo e era uma área coberta de coqueiros. Pedro Celli, procedente de Jaboticabal, doou ao distrito o terreno da Praça da Independência e o do pátio e da Estação da Estrada de Ferro, este último em troca do direito de explorar o botequim que foi ali instalado. O preço das datas variava de 180 a 450 mil réis. Com respeito aos nomes de ruas a Câmara Municipal de Catanduva, em reunião de 3 de junho de 1918, aprovava a Lei nº 9, da qual constava o seguinte: No antigo Distrito de Paz de Vila Adolfo, as ruas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 passarão a denominar-se, respectivamente, ruas Amazonas, Pará, Brasil, Maranhão, 13 de Maio e Ceará: as avenidas 1, 2, 3, 4, 5 e 6, respectivamente, ruas Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais; o antigo largo do jardim passará a denominar-se Praça da República e o largo da Igreja, praça São Domingos. Na antiga Catanduva (Higienópolis de hoje), as denominações passarão a ser as seguintes: As ruas paralelas à Estrada de Ferro, a do lado inferior Rio de Janeiro e São Paulo, do lado superior; as outras paralelas a estas, de baixo pra cima, Goiás, Mato Grosso e Municipal: as transversais 7 de Setembro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio Grande do Norte e a praça existente, praça da Independência: na outra povoação do São Francisco, passará a denominar-se rua 15 de Novembro e as ruas paralelas: Piauí e Acre; as transversais, começado de baixo: América, São Francisco e Paraná. Subscreveram o projeto transformado em Lei, os vereadores Dr. Nestor Sampaio Bittencourt, Dr. Francisco de Araújo Pinto e Adalberto Netto.
ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO A MATO GROSSO
1919/1920 - Parte do mapa de Catanduva mostrando o traçado e o local da Estação da Estrada de Ferro São Paulo/Mato Grosso
Tivemos em Catanduva o início da construção de uma estrada de Ferro partindo daqui com demanda ao Estado de Mato Grosso. O serviço de terraplenagem foi feito até depois de Elisiário. O seu traçado seria Aporá, Caputira, Elisiário, Ibirá, Nova Aliança, José Bonifácio, ganhando certa distância do Rio Tietê, chegando ao Estado de Mato Grosso.
Essa ferrovia tinha maior força de capitais alemães e devido a grande Guerra de 1914 a 1918, pelos seus efeitos foi paralisada. A 15 de julho de 1918, a Câmara Municipal de Catanduva tomava conhecimento de uma proposição do Sr.Carlos Neck, concessionário da linha férrea de Catanduva ao Rio Paraná, propondo iniciar o tráfego de passageiros e cargas entre esta cidade e Ibirá, dentro do prazo estabelecido na convenção, com utilização de automóveis, caminhões e jardineiras, que funcionaria no próprio leito da via férrea, enquanto durasse a conflagração européia. A concessão foi autorizada, mas como os serviços não prosperaram a Prefeitura Municipal de Catanduva ocupou a maior parte do leito da ferrovia usando-o para a estrada até Urupês. Aqui em Catanduva foi construída a estação, que seria ponto de partida e chegada dos comboios, na rua Sergipe, 596, prédio imponente que foi depois residência do Dr. Antonio Záccaro e atualmente ali funciona uma Pizzaria.
Pesquisa de várias fontes – Arquivo do Museu Padre Albino